Marjorie Estiano comenta a difícil situação da personagem, que luta, ao lado de Tarso, contra a doença dele

"Eu não julgaria a Tônia se no final ela optasse pela separação”

Em “Caminhos das Índias” Tarso está passando por uma fase bastante complicada. As crises causadas por sua doença mental se tornaram mais frequentes e os pais, Melissa e Ramiro, se recusam a encarar o problema. Sem um tratamento adequado, a doença de Tarso está ficando cada vez mais séria. Mas o jovem tem a sorte de contar com o apoio da namorada, Tônia, que está passando por poucas e boas para ajudar o amado. Conversamos com Marjorie Estiano sobre os dilemas que Tônia enfrenta desde que assumiu o relacionamento. Confira abaixo!
Tônia diante da doença“Acho que ela vai fazer o possível para ajudá-lo. Pelo fato de eles terem uma relação muito íntima e sincera, o Tarso sente segurança e se acalma ao lado da Tônia. Esse estímulo pode ajudar muito no tratamento, mas eu não sei o quanto ela poderá suportar essa situação, que é bem complicada. A Tônia vê o Tarso como o homem da vida dela e vai fazer de tudo para ficarem juntos para sempre”.
Há limites para o amor?“É uma questão muito pessoal. Não dá para racionalizar e dizer que não há limite para o amor. É uma situação muito difícil ter uma relação com uma pessoa que tem uma doença séria, como a esquizofrenia. O relacionamento em si entre duas pessoas saudáveis já é complicado, imagina passar por um problema tão complicado como esse. A gente sempre acredita que não há limites, mas eu não julgaria a Tônia se no final das contas ela optasse pela separação”.
Busca pelo respeito da sogra “A Melissa é inatingível nessa questão. Acho que a Tônia não tem nenhum tipo de atrativo que interessaria a sogra. Ela não é rica, não é linda exuberante e nem é extremamente fashion. Por isso as duas não têm nenhuma ligação para ser estabelecida. O que pode acontecer, é que caso a Melissa se sensibilize em buscar um tratamento para o filho, ela pode achar na Tônia uma parceria para o bem estar dele”.
Preparação para conviver com a esquizofrenia “Desde que soubemos que iríamos trabalhar com o tema da esquizofrenia, estivemos em diversos workshops, pesquisamos em livros, internet e vimos diversos documentários para entendermos mais sobre a doença. Presenciamos relatos de pacientes, familiares e no meu caso, até de namoradas que já conviveram com esse drama. A gente sempre vai buscar esses elementos para deixarmos o personagem do jeito que a autora (Glória Perez) escreveu”.
Intervenção do próprio irmão “O Murilo tem uma visão de relacionamento entre homem e mulher muito diferente da Tônia. Ele se relaciona sempre com mulheres superficialmente. A visão dela é diferente. É de união, de parceria e de estar junto para sempre. O problema é que o Murilo sempre foi muito protetor e a irmã nunca deu trabalho para ele. Mas logo que Tônia começa a namorar, ele tem um estranhamento, ainda mais depois de descobrir que o rapaz tem uma doença séria. Até dá para entender a posição do Murilo, já que ele quer resguardá-la de um possível sofrimento que pode ser viver ao lado do Tarso dessa forma”.